Luís Raposo

Luís Raposo
arqueólogo e historiador
Nascimento	21 de fevereiro de 1955 (69 anos) Lisboa
Nacionalidade	português

Luís Raposo (Lisboa, 21 de fevereiro de 1955) é um arqueólogo português especializado no Paleolítico, quer em trabalho de campo, quer em estudos teóricos. Dirigiu trabalhos de investigação em diversas regiões de Portugal (Vale do Tejo, em Vila Velha de Ródão e Alpiarça, na Estremadura, no Litoral do Alentejo e no Algarve), desde 1973. Tem cerca de duas centenas e meia de trabalhos publicados. Presentemente é presidente do ICOM Europa. ^[1][2]

É licenciado em História pela Faculdade de Letras de Lisboa em 1977. Arqueólogo desde 1980, tornou-se especialista em pré-história do paleolítico. Foi diretor do Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, entre 1996 e 2012, e bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian como participante em diversas reuniões científicas e em trabalhos de investigação complementares do doutoramento, desde 1 de janeiro de 1994 a 30 de outubro de 1995. Participou em 2013, por parte do ICOM, na Conferência Trianual realizada no Rio de Janeiro (2013), Milão (2916) e Quioto (2019). ^[3]

Após a sua formação e durante dois anos, Luís Raposo fez vários estágios de trabalho de campo em jazidas de Portugal e França. Destacam-se entre elas as gravuras do complexo Sítios de arte rupestre do Vale do Tejo (1971 e anos seguintes) e o espólio da gruta de Tessonière (Jura, França), sob a orientação de René Desbrosse, cientista do CNRS^[4][5] É Vice-Presidente da Associação dos Arqueólogos Portugueses desde 2015.^[6]

Depois de 16 anos no cargo, Luís Raposo, crítico das políticas culturais dos primeiros ministros José Sócrates e Passos Coelho, é afastado por este da direção do Museu Nacional de Arqueologia em 2012. ^{[7] [8]} Perante isso, candidata-se à direção do ICOM Europa. Criado em 1946, o ICOM (International Council of Museums, i.e. "Conselho Internacional de Museus") é uma organização não-governamental, que “mantém relações formais com a organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO)", e que tem estatuto consultivo no Conselho Económico e Social das Nações Unidas. Iria assim Luís Raposo “… liderar a maior organização europeia de museus, após ganhar a votação ao coordenador da rede de museus de França”.^[9]

Comentando o êxito da sua eleição, segundo notícia da Agência Lusa, Raposo explica que recebera 15 votos em seu favor contra 5 de seu rival, Bernard Blache, do ICOM-França ^[10] então diretor da rede francesa de museus e do "Centro de Comunicação e do Público do Palácio da Descoberta" (Directeur de la communication et des publics du Palais de la découverte). ^[11] Feliz com o desenlace, Luís Raposo confessou: «É com grande, enorme prazer que anuncio que fui eleito para um segundo mandato como presidente do ICOM-Europa».

Seria assim Luís Raposo reeleito em 2019 para o seu segundo mandato no ICOM Europa, o último nos termos estatutários, numa votação quase unânime: 15 comités nacionais da Europa votaram nele e apenas um votou em branco. A votação inicial decorreu no âmbito das atividades paralelas da Conferência Trienal Mundial do ICOM, que se realizava em Milão, e a de renovação do mandato em Kyoto, Japão, durante a Conferência Mundial seguinte.^{[12] [13]}

O ICOM, a maior organização internacional de museus e de profissionais de museus, ocupa-se em preservar e divulgar o património natural e cultural mundial, “do presente e do futuro, tangível e intangível”, como se lê no seu sítio na internet. Atualmente, o ICOM é composto por 119 comissões nacionais, 30 comissões de especialidade e cinco regionais, na qual se insere o ICOM Europa. ^{[14] [15]}

• Achados da Idade do Bronze no Monte da Pena (aldeia de Barro, Torres Vedras), o seu primeiro trabalho científico, em co-autoria. ^{[16] [17] [18]}
• Coautor do estudo / experiência "Um certo modo de homenagear Fernão Lopes" ^[19]
• Coautor do livro "Um modelo sintagmático e transformacional do português contemporâneo", Didáctica Editora, Lisboa, 1982. ^[20]
• Pré historia de Portugal, Lisboa, Universidade Aberta, 1993 (ISBN : 972-674121-1, coautoria: Armando Coelho Ferreira da Silva, Luís Raposo e Carlos Tavares da Silva) ^[21]
• Museus de Arqueologia, em 'Iniciação à Museologia' (dir. de M.B. Rocha Trindade), ed. Universidade Aberta ^[22]
• Co-autor (com António Carlos Silva) do livro "A linguagem das coisas - ensaios e crónicas de arqueologia", 1996, ed. Publicações Europa-América ^[23]
• Autor do estudo "The Middle-Upper Palaeolithic transition in Portugal", em “Neanderthals on the edge: 150th anniversary conference of the Forbes' Quarry discovery,Gibraltar”, pp. 95-109, Oxbow Books: Oxford. ^[24]
• Co-editor (com N. Moloney e M. Santonja) do volume "Non-flint stone tools and the Palaeolithic Occupation of the Iberian Peninsula", B.A.R. - International Series, nº 649, ed. Tempus Reperatum, Oxford ^[25]
• Autor do livro Museu Nacional de Arqueologia Percursos e desafios de uma casa centenária nas construções oitocentistas dos Jerónimos, edição do Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arqueologia, Lisboa, 2012. ^[26]
• Coautor da Fotobiografia (Alice Borges Gago, Carla Martinho, Luís Raposo, Manuel Heleno), Lisboa : Imprensa Nacional-Casa da Moeda / Museu Nacional de Arqueologia, 2013 (IBSN : 1978-972-272100-4). ^[27]
• Co-editor do compêndio "On Community and Sustainable Museums / Museos Comunitarios y Sostenibles", ed. EULAC Museums, 2019 ^[28]

• Memória coletiva
• Ciências humanas
• Antropologia
• Antropologia da arte
• Ecologia
• Ecologia política
• Museologia
• Código de Ética para Museus

Referências

• Despacho n.º 28976/2007 - nomeação para diretor do MNA, 20 de dezembro 2007.
• Luís Raposo diz-se aliviado com a sua substituição no Museu de Arqueologia (por intervenção de Elísio Summavielle, Secretário de Estado da Cultura do governo de José Sócrates, que alega inserir-se esta substituição "... no contexto da criação da Direção-Geral do Património Cultural"), notícia da RTP, 29 de julho, 2012. Summavielle seria substituído por Jorge Barreto Xavier, o novo Secretário de Estado da Cultura no governo de Passos Coelho.
• Entrevista com Luís Raposo, com destaque para os jovens arqueólogos da sua geração, Yocuco, 3 de janeiro de 2013.
• Retórica e realidade: a governamentalização do Conselho Nacional de Cultura - jornal Público, 20 de novembro de 2013.
• O futuro dos museus visto do outro lado do Atlântico – artigo em ARTECAPITAL, 28 de novembro, 2015.
• Arqueólogo Luís Raposo disputa hoje presidência do conselho europeu de museus - notícia RTP / LUSA, 3 de julho 2016
• A última desenhadora do Museu Nacional de Arqueologia? – opinião de Luís Raposo sobre o futuro dos museus, artigo do jornal Opinião, 10 de junho 2019.
• Luís Raposo volta a liderar o Conselho Internacional de Museus da Europa – notícia do jornal online ABRIL, 4 de setembro 2019.
• Posts Etiquetados "Museologia", série III, n.º 14, Jul. 2020, no Boletim ICOM Portugal.
• Luís Raposo, arqueólogo, presidente do ICOM Europa – autor no jornal Público: vários artigos em linha, de 20 de novembro de 2013 até 08 de fevereiro de 2021.
• Luís Raposo – artigos em linha desde 26 de fevereiro de 2018 até 6 de janeiro de 2021, publicados na página do Património.pt.
• Covid-19: grandes museus têm de repensar o futuro face a “crise muito grave”, notícia da agência LUSA, 22 de janeiro 2021.
• Belém, arranjos florais e "infantil obsessão ideológica ("Hoje são os brasões florais, amanhã, queiram ou não, serão os brasões em pedra da fonte luminosa e toda ela depois. E será tanto mais assim quanto mais insistirem no infantilismo ideológico de manutenção de todos os ícones do passado.") - artigo de Luís Raposo no jornal Público, 8 de fevereiro 2021
• Museu Nacional de Arqueologia em livro.

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