Marie Steiner-von Sivers

Marie Steiner-von Sivers
Marie Steiner-von Sivers
Marie von Sivers em 1903.
Nome completo Marie von Sivers Steiner
Nascimento Marie von Sivers
Morte 27 de dezembro de 1948 (81 anos)
Nacionalidade Russa

Marie von Sivers Steiner (nascida Marie von Sivers - ou Sievers - 14 de março de 1867 - 27 de dezembro de 1948) foi a segunda esposa de Rudolf Steiner e um de seus colegas mais próximos. Ela fez uma grande contribuição para o desenvolvimento de Antroposofia, particularmente em seu trabalho sobre a renovação das artes do espetáculos (Euritimia, Fala e drama), e na edição e publicação da obra literária Steiner.

Vida e Obra

Marie nasceu em uma família aristocrática em Włocławek (então parte da Rússia Imperial). Ela foi bem-educada, estudando teatro e recitação com vários professores na Europa, além de fluente em russo, inglês, francês, italiano e alemão[1].

Édouard Schuré entrou em contato com ela para traduzir seu livro Os Grandes Iniciados para o alemão[2]. Em Londres entrou em contato com a Sociedade Teosófica através da Condessa Wachtmeister, amiga de Madame Blavatsky. Marie também permaneceu por muito tempo na Itália, onde assistiu às aulas de Giosuè Carducci, conheceu Giovanni Pascoli e participou ativamente na fundação da sociedade teosófica italiana[2].

Prestes a se mudar permanentemente para Florença, ela foi chamada de volta a Berlim para substituir o idoso conde Brockdorff à frente da seção teosófica alemã. Na cidade, conheceu Rudolf Steiner, com quem imediatamente se encontrou em sintonia. Marie viu nele o homem destinado a salvar o Ocidente da decadência dos valores espirituais em que havia caído. No início, Marie colaborou com Steiner para fundar a revista Lúcifer: ele escrevia os textos enquanto ela editava os envios[2]. No entanto, devido aos numerosos compromissos de Steiner e à sua atividade como conferencista em toda a Europa, a revista teve de encerrar em 1908, apesar do crescimento vertiginoso de assinantes. No mesmo ano, Marie fundou, com seus próprios recursos, a Editora Filosófico-Teosófica (mais tarde «Antroposófica»)[1] para publicar o trabalho de Steiner.

A partir de 1914, Steiner elaborou uma série de testamentos nomeando Marie Steiner-von Sivers como herdeira de toda a sua obra e propriedade e sua sucessora na liderança do movimento antroposófico. Marie Steiner colaborou com Rudolf pelo resto da vida dele e levou seu trabalho além de sua morte em 1925 até vir a falecer em 1948. Ela o acompanhou e o ajudou como secretária, tradutora, editora e organizadora de suas turnês de palestras e outras atividades públicas.[1]

Marie Steiner, junto de Günther Wachsmuth e Albert Steffen, expressou publicamente simpatia pelo regime nazista desde seu surgimento. Sob a liderança dessas figuras, as organizações antroposóficas suíças e alemãs adotaram uma postura de acomodação e, em certos momentos, de colaboração com o regime[3]. Essa decisão permitiu que, embora o regime nazista perseguisse organizações esotéricas, os antroposofistas da Alemanha nazista e dos territórios ocupados não sofressem graves consequências[4]. Apesar de enfrentarem algumas dificuldades devido a opositores da antroposofia dentro das camadas superiores do regime, os antroposofistas também contavam com apoiadores leais entre os nazistas, de modo que, de maneira geral, os antroposofistas não-judeus foram poupados. A situação mudou quando Rudolf Hess, um dos principais protetores da antroposofia[5], fugiu para o Reino Unido, embora a comunidade antroposófica ainda mantivesse apoiadores influentes entre os nazistas.

Quando Adolf Hitler ameaçou suprimir a Sociedade Antroposófica, o conselho executivo da instituição — que havia recentemente expulsado uma grande parte de seus membros — escolheu colaborar com o regime em vez de resistir. Marie Steiner, Günther Wachsmuth e Albert Steffen estavam cientes das intenções violentas de Hitler em relação aos judeus, já que as críticas do líder nazista à antroposofia incluíam a acusação de que a doutrina estava alinhada com o judaísmo. Em vez de se solidarizarem com as vítimas do regime nazista, os líderes antroposóficos negaram qualquer simpatia pelo judaísmo e asseguraram aos líderes nazistas que tanto eles quanto Rudolf Steiner tinham ascendência ariana.44
McKanan 2017, p. 196
  1. a b c Tummer, Lia (2001). Rudolf Steiner and Anthroposophy for Beginners (em inglês). [S.l.]: Writers and Readers 
  2. a b c Giovetti, Paola (2006). Rudolf Steiner: la vita e l'opera del fondatore dell'antroposofia Seconda edizione ed. Roma: Edizioni Mediterranee 
  3. Staudenmaier, Peter (2014). Between occultism and Nazism: anthroposophy and the politics of race in the fascist era. Col: Aries book series. Texts and studies in Western esotericism. Leiden ; Boston: Brill 
  4. Douglas-Hamilton, Lord James (21 de dezembro de 2012). The Truth About Rudolf Hess (em inglês). [S.l.]: Random House 
  5. Rieppel, Olivier (6 de julho de 2016). Phylogenetic Systematics: Haeckel to Hennig (em inglês). [S.l.]: CRC Press