Pêndulo cônico

O pêndulo cônico é constituído por uma esfera presa a um suporte por meio de um fio. Ao contrário do pêndulo simples, que descreve um movimento oscilatório, o pêndulo cônico descreve um movimento circular. O fio que prende a esfera ao suporte descreve um cone, sendo este o motivo de seu nome.

História e Aplicação

O Pêndulo Cônico foi estudado inicialmente por Robert Hooke em 1660. Em 1679 Hooke enviou uma carta a Newton para explicar o Movimento Celestes e propor que a força centrípeta com que o Sol puxava os planetas variava com o inverso do quadrado da distância ao Sol, ele utilizou o Pêndulo Cônico para fazer está analogia.[1]

Em 1666 Isaac Newton utilizou o Pêndulo Cônico para calcular a aceleração gravitacional que ele utilizaria no calculo da Força no Movimento circular.[2]

O Pêndulo Cônico é utilizado no Governador centrífugo, um dispositivo que controla a velocidade do motor através da regulação da admissão de combustível, presente normalmente nos motores a vapor.

Análise newtoniana do movimento[3]

Nos dispondo das Leis de Newton podemos analisar o movimento circular descrito pela esfera e assim calcular o valor da aceleração gravitacional.

Considere a esfera um corpo puntiforme e o fio de massa nula e inextensível.

Conical pendulum

Equação da Segunda Lei de Newton:

F r = m . a {\displaystyle {\vec {Fr}}=m.{\vec {a}}}

Igualando as forças que atuam sobre a esfera. As forças presentes neste sistema são o Peso que puxa a esfera em direção ao centro da terra (para baixo) e a Tração que puxa a esfera em direção ao ponto que a fixa no plano:

P + T = m . a {\displaystyle {\vec {P}}+{\vec {T}}=m.{\vec {a}}}

Decompondo essas forças entre os eixos cartesianos X e Y, temos:

P + T . c o s ( θ ) = 0 {\displaystyle -P+T.cos(\theta )=0} em (Y) [equação 1]

T . s e n ( θ ) = m . w 2 . r {\displaystyle T.sen(\theta )=m.w^{2}.r} em (X) [equação 2]

Através da resolução deste sistema podemos chegar a equação que descreverá a aceleração gravitacional.

Isolando a Tração na equação em (Y):

T . c o s ( θ ) = m . g {\displaystyle T.cos(\theta )=m.g}

T = m . g c o s ( θ ) {\displaystyle T={\frac {m.g}{cos(\theta )}}} [equação 3]

Substituindo a [equação 3] na [equação 2] e resolvendo:

m . g c o s ( θ ) . s e n ( θ ) = m . w 2 . r {\displaystyle {\frac {m.g}{cos(\theta )}}.sen(\theta )=m.w^{2}.r} {\displaystyle \Longrightarrow } g = w 2 . r . c o s ( θ ) s e n ( θ ) {\displaystyle g={\frac {w^{2}.r.cos(\theta )}{sen(\theta )}}}

Substituindo r = L . s e n ( θ ) {\displaystyle r=L.sen(\theta )} :

g = w 2 . L . s e n ( θ ) . c o s ( θ ) s e n ( θ ) {\displaystyle g={\frac {w^{2}.L.sen(\theta ).cos(\theta )}{sen(\theta )}}} {\displaystyle \Longrightarrow } g = w 2 . L . c o s ( θ ) {\displaystyle g=w^{2}.L.cos(\theta )}

Substituindo w 2 = ( 2 π τ ) 2 {\displaystyle w^{2}=({\frac {2\pi }{\tau }})^{2}} :

g = ( 2 π τ ) 2 . L . c o s ( θ ) {\displaystyle g=({\frac {2\pi }{\tau }})^{2}.L.cos(\theta )}

Substituindo L . c o s ( θ ) = h {\displaystyle L.cos(\theta )=h} :

g = 4 π 2 τ 2 . h {\displaystyle g={\frac {4\pi ^{2}}{\tau ^{2}}}.h}

Através desta forma, sabendo o período de rotação da esfera e a altura dela em relação ao plano ao qual ela está fixada podemos calcular a Aceleração da gravidade.

Referências

  1. MOREIRA, Ildeu (2 de novembro de 2003). «ROBERT HOOKE 1635-1703 Retrato da pesquisa quando jovem». Folha de S.Paulo. Consultado em 5 de junho de 2017 
  2. SILVEIRA, Fernando (1995). «Determinando a aceleração gravitacional» (PDF). Revista de Ensenãnza de la Física. Consultado em 5 de junho de 2017 
  3. BARBOSA,Valmar C. e MORAES, Pedro Claudio G. (2011). Uma descrição newtoniana do movimento de um pêndulo esférico. São Paulo, São Paulo.