Povos indígenas de Pernambuco

Etnias indígenas mais populosas no Leste-Nordeste.

De acordo com o Censo de 2022 do IBGE, Pernambuco tinha 106.634 indígenas de diversas etnias, sendo esta a quarta maior população do país, vivendo em terras indígenas no agreste e sertão.[1][2][3]

Etnias

De acordo com censo de 2010, vivem em Pernambucoː

  • 12.471 xukurus, que são uma ramificação dos tarairiús que habitam a Serra do Ororubá, no município brasileiro de Pesqueira e Poção, Habitam a Terra Indígena Xukuru. Autodenominam-se Xukuru do Ororubá para distinguir-se do povo Xukuru-Cariri de Alagoas;[4][5]
  • 11.366 pankararus, que habitam as proximidades do médio rio São Francisco, nos limites dos municípios de Tacaratu e Petrolândia, na Área Indígena Pankararu e Terra Indígena Entre Serras;[4][5]
  • 7.499 atikuns, que vivem na Serra do Umã, no município de Carnaubeira da Penha;[4][5]
  • 5.278 fulniôs, que habita próximo ao rio Ipanema, no município de Águas Bela. Junto com os índios do Maranhão são os únicos povos indígenas da Região Nordeste que conseguiram preservar o idioma nativo.[4][5]
  • 4.392 trukás,que habitam o arquipélago da Ilha da Assunção no Rio São Francisco, no município de Cabrobó;[4][5]
  • 3.688 kambiwás, que habitam os limites dos municípios brasileiros de Inajá, Ibimirim e Floresta, na Área Indígena Kambiwá;[4][5]
    Cacique Marquinhos Xucuru (2007)
  • 1.828 tuxás vivem próximo ao submédio rio São Francisco, mais precisamente nos limites dos municípios brasileiros de Ibotirama (Área Indígena Ibotirama) e do município de Rodelas (Áreas Indígenas Rodelas e Nova Rodelas), ambos no estado da Bahia, e à margem direita do rio Moxotó, junto aos limites do município pernambucano de Inajá, desta vez na Terra Indígena Fazenda Funil;[4][5]
  • 1.951 kapinawás, que habitam a serra do Macaco, nos limites dos municípios de Buíque, Tupanatinga e Ibimirim, mais precisamente na Terra Indígena Kapinawá;[4][5]
  • 1.445 pipipãs, que vivem em Floresta, entre a serra do Periquito e a serra Negra[4][5]

População

Os municípios com maior população indígena no Censo de 2022 foramː[6]

Município População indígena (2022) Proporção na população total (%) Terra Indígena[7]
Pesqueira 22.728 36,24 Xukuru e Xukuru de Cimbres
Carnaubeira da Penha 10.506 85,84 Atikum
Tacaratu 8.241 36,24 Entre Serras e Pankararu
Cabrobó 6.231 20,57 Truká
Águas Belas 5.712 13,75 Fulni-ô
Jatobá 5.579 39,79 Entre Serras, Pankararu, Fazenda Cristo Rei
Floresta 5.456 18,10 Kambiwá
Petrolândia 5.223 15,29 Entre Serras e Pankararu
Mirandiba 4.538 32,09 Atikum
Inajá 3.875 15,14 Kambiwá e Tuxá de Inajá
Salgueiro 3.527 5,65 Atikum
Recife 2.656 0,18 -
Petrolina 1.922 0,50 -
Tupanatinga 1.920 7,13 -
Orocó 1.818 13,25 Ilhas da Tapera/São Félix/Porto
Ibimirim 1.705 6,41 Kambiwá
Itacuruba 1.349 31,49 -

Línguas

Dança do Toré pelos índios Kapinawá durante os Jogos dos Povos Indígenas de 2007

A maior parte dos indígenas pernambucanos perdeu o hábito do idioma materno, passando a falar a língua portuguesa, com exceção do povo fulni-ô. No Censo de 2010, foi registrado o seguinte número de falantes de línguas indígenasː[8]

Línguas indígenas de Pernambuco
Língua Tronco linguístico Total de falantes (2010)
Iatê (fulni-ô) Língua isolada 1871
Xucuru Língua isolada 87
Pankararu Língua isolada 31
Truká Língua isolada 27
Kambiwás Língua isolada 22
Kapinawá Língua isolada 1

Terras indígenas

São Terras ou Reservas Indígenas regularizadas no estado de Pernambucoː[9]

Terra/Reserva indígena Etnia Município
Atikum Atikum Belém de São Francisco, Carnaubeira da Penha, Mirandiba, Salgueiro
Entre Serras Pankararu Jatobá, Petrolândia, Tacaratu
Fazenda Cristo Rei Pankararu Jatobá
Fulni-ô Fulni-ô Águas Belas, Itaíba
Kambiwá Kambiwá Floresta, Ibimirim, Inajá
Ilhas da Tapera/São Félix/Porto Truká Orocó
Pankararu Pankararu Jatobá, Petrolândia, Tacaratu
Truká Truká Inajá
Tuxá de Inajá Tuxá Inajá
Xukuru Xukuru Pesqueira, Poção
Xukuru de Cimbres Xukuru Alagoinha, Pedra, Pesqueira, Venturosa

Encontram-se na fase delimitada as Terras Indígenasː Pankará da Serra do Arapuá (etnia pankararu) e Pipipã (etnia pipipã).[9]

Referências

  1. «Área de ataque no Maranhão é disputada por índios e fazendeiros». G1 
  2. «Tabela 9718: População residente, total e indígena, por localização do domicílio e quesito de declaração indígena nos Censos Demográficos - Primeiros Resultados do Universo». sidra.ibge.gov.br. Consultado em 7 de agosto de 2023 
  3. «Panorama do Censo 2022». Panorama do Censo 2022 (em inglês). Consultado em 7 de agosto de 2023 
  4. a b c d e f g h i «O Brasil Indígena - IBGE 2010» (PDF) 
  5. a b c d e f g h i «Indígenas no Censo 2010» (PDF) 
  6. «Tabela 9718: População residente, total e indígena, por localização do domicílio e quesito de declaração indígena nos Censos Demográficos - Primeiros Resultados do Universo». sidra.ibge.gov.br. Consultado em 27 de setembro de 2023 
  7. «SisAldeia - Sistema de Cadastro de Aldeias». mapas2.funai.gov.br. Consultado em 27 de setembro de 2023 
  8. «Indígenas no Censo 2010» (PDF) 
  9. a b «Visão de Terras Indígenas». sii.funai.gov.br. Consultado em 27 de setembro de 2023