Recordações do Escrivão Isaías Caminha

Recordações do Escrivão Isaías Caminha
Recordações do Escrivão Isaías Caminha
Capa da edição de 1917
País  Brasil
Gênero Romance
Editora Livraria Clássica Editora
Editor A.M. Teixeira & CIA
Lançamento 4 de março de 1917[1]
Páginas 234 (1a. edição)
Cronologia
O Subterrâneo do Morro do Castelo
O homem que sabia javanês
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Recordações do Escrivão Isaías Caminha

Recordações do Escrivão Isaías Caminha é o primeiro romance do escritor brasileiro Lima Barreto. Com referência auto-biográfica, tem como tema o racismo e a subordinação.[2] Sua primeira publicação foi no ano de 1909, por A.M. Teixeira & CIA, pela Livraria Clássica de Lisboa, do qual Antonio Maria era proprietário. No ano de 1909, Lima Barreto lhe enviou uma carta agradecendo e oferecendo, como pagamento da edição e publicação, uma quantidade em livros para comercialização. [1]

Crítica

Monteiro Lobato não fez restrições à linguagem do autor, criticada na época por conta de "alguns deslizes". Lobato gostou do texto e o elogiou ao amigo Godofredo Rangel:[3]

Como ainda estou de resguardo e preso em casa, leio como nos bons tempos de Taubaté. Fechei neste momento um romance de Lima Barreto, Isaías Caminha. É dos tais legíveis de cabo a rabo. Romancista de verdade.
— Lobato, A Barra, 384 - 24/11/1918[4]

O jornal "O Globo" da ficção de Barreto, e nele alvo de críticas duras, era na verdade o prestigioso Correio da Manhã, segundo Lobato. Os jornalistas da época tentaram ignorar a obra devido à ofensa da denúncia, o que certamente prejudicou muito o início da carreira de Lima. Ainda segundo Lobato, Lima é o criador de uma nova fórmula de romance: a crítica social sem doutrinarismo dogmático.[5]

Lima chegou a trabalhar no Correio da Manhã, mas com a publicação de Recordações do Escrivão Isaías Caminhas − onde faz críticas contundentes a Edmundo Bittencourt, o proprietário do jornal − Lima Barreto tornou-se persona non grata, não só nesse jornal como em todos os outros grande jornais do Rio de Janeiro.[6][7]

Referências

  1. Lima Barreto. Sammlung. Editorial Universidad de Costa Rica; ISBN 978-84-89666-29-0. p. 639.
  2. Lima Barreto - Recordações do Escrivão Isaías Caminha , Brasiliana USP
  3. Marli Quadros Leite. Metalinguagem e discurso (2. ed.). Editora Humanitas; 2006. ISBN 978-85-98292-76-2. p. 135.
  4. José Bento Monteiro Lobato. A barca de Gleyre. Globo Livros; 1959. ISBN 978-85-250-5012-0. p. 453.
  5. Luciana Hidalgo. Literatura da urgência: Lima Barreto no domínio da loucura. Annablume; 2008. ISBN 978-85-7419-813-2. p. 97.
  6. Crônicas cariocas e ensino de história. 7Letras; 2008. ISBN 978-85-7577-464-9. p. 33.
  7. Beatriz Resende, Sonhos e mágoas de um povo, Ediora Agir, 2004, p. 11

Bibliografia

  • CAMPATO JR., João Adalberto. Lima Barreto: Retórica e Literatura Militante nas Recordações do Escrivão Isaías Caminha. Curitiba: CRV, 2013.
  • CRUZ, Izabel Cristina Cavalcanti. Isaías Caminha e o mal-estar na civilização brasileira no limiar do século XX. Rio de Janeiro: Rizoma Editorial, 2015.
  • v
  • d
  • e
Lima Barreto
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